Wednesday 11 July 2012

Rock'n'roll arrives in Brazil 1957

Rock'n'roll started in the USA when Bill Halley & His Comets' record 'Rock around the clock' went to #1 in June 1955. It was a new sensation! And as Brazil has been liable to be influenced by what happens in the USA ever since the advent of the movies at the turn of the century or the talkies in 1928, it wouldn't sit still.

In 1956, a few Brazilian 'middle-of-the-road' acts like Nora Ney (Rock around the clock), Agostinho dos Santos and Cauby Peixoto (See you later, aligator) covered rock songs that had been a hit in the US. They were the 'wrong crowd' though. They were 'old acts' who had previously recorded fox-trots, boleros and sambas and now turned their attention to a new 'craze' that was rocking the USA. Rock'n'roll was seen then as only another rhythm like the rumba, polka or calypso by Brazilian record producers. But they were wrong! Rock was more than the jitterbug! Rock was a new attitude, a state-of-mind and it took some time for this idea to sink in! 

By 1957, Revista do Radio, Brazilian most popular music rag, was asking celebrities whether they preferred samba or rock. Most naturally preferred the national rhythm. 

In October 1957, TV Record signed a group of 7 New York-based rock acts to perform at Teatro Cultura Artística in São Paulo as part of a 'rock'n'roll revue' that was linked to those rock-shows put on by Alan Freed at the Paramount Theater in Brooklyn, NY. 

Maureen Cannon, The Cookies (they would hit only in 1962 with Carole King's 'Chains'), The Tyrones, Freddie Mitchell, Jackie Dee (who was none other than 17 year-old Jackie DeShannon when she was dubbed the Elvis Presley-in-skirt) and a few rock dancers. It was the first time Brazilians had a chance to actually see and feel how rock'n'roll was performed by US acts.

read more about this Rock'n'roll Fantasy revue: 

Finally in 1958, a Brazilian-recorded 'rock' song hit the top of the charts: Carlos Gonzaga, a ballad singer recorded a translation of Paul Anka's 'Diana' which went to Number One around the country.  

We can say that rock'n'roll really started in earnest in Brazil in 1959, when teen-ager Celly Campello went to #1 with a cover of Neil Sedaka's 'Stupid cupid' (Estúpido cupido). Now rock'n'roll was being performed by the young set and not just a lively rhythm sung by 'old farts'. Rock had finally come of age. 
A tradicional 'Revista do Rádio' - 2 MAR 1957 - pergunta aos 'grandes' suas opiniões sobre o rock'n'roll. Para surpresa geral, a maioria gosta do 'novo' ritmo, que na verdade era apenas uma releitura do rythm'n'blues.
even before 1956 was out Elvis Presley was news at 'Revista do Radio' dubbed as 'A nova sensação dos auditórios' - the new auditoria's sensation - in December 1956. Elvis was presented as a phenomenon bigger than Rudy Vallee, Bing Crosby, Frank Sinatra and Johnny Ray had been in the past. Here's part of the text:

'Aí está o espetacular Elvis Presley, com seu rock'n'roll, as costeletas e o violão. Como intérprete da nova musica - denominada 'Rock'n'Roll' - a principio quase passou desapercebido pelas colunas especializadas dos jornais. Mas, os requebros característicos de seu corpo - quando nas apresentações públicas em cidades norte-americanas - deram-lhe uma incrível onda de publicidade. Uns consideram-no sensual, outros o julgam simplesmente obsceno'. 
daily 'Correio de Marilia' shows rock'n'roll on its front page on 12 February 1957; columnist Jose Arnaldo's conservative view about the 'devilish dance' is fraught with ignorance and misinformation.

Elvis Presley, ex-motorista de caminhão estadunidense, revolucionou a mocidade norte-americana, com a ‘criação’ de uma nova modalidade de dança, denominada ‘rock’n’roll’.

O povo ‘yankee’, que tem uma índole diversa do brasileiro, encarou o novo ‘sucesso’ com simpatia, sem ter percebido a verdadeira aberração que tal modalidade de diversão representa para o espírito sensual de um povo.

Não seria preciso citar-se aqui, a divergência de idéias e de espírito dos nacionais, em comparação com os norte-americanos. O ‘modus vivendi’ dos americanos do norte e dos brasileiros tem a mesma diferença que a água e o azeite. O nosso patrício é mais impulsivo, mais brioso, mais ciumento, menos confiado. Em questões de liberdade, costuma exceder; não é como o americano, que vê a vida por um prisma diferente, em muitas ocasiões pouco ligando para questões que aqui entre nós causariam, inevitavelmente, mortes e prisões.

Pode ser que isso seja democracia; para nós, no entanto, representa o contrário esse particular.

Agora, essa dança louca, tipicamente pagã, sensual, imoral até certo ponto, foi trazida para o Brasil. Em São Paulo principiou a tornar-se um verdadeiro ‘sarampo’, até que foi proibida para menores de 18 anos, na medida verdadeiramente salutar e indiscutivelmente  moralizadora.

Tal proibição é uma conseqüência das medidas adotadas pelo sr. Aldo de Assis Dias, juiz de direito da Vara Privativa de Menores, que irá solicitar do governo do Estado de S.Paulo e às autoridades policiais, providências nesse sentido.

Pensam as autoridades do Juizado de Menores que o fato do rock’n’roll  em questão ser dançado por adultos em locais públicos e, portanto de acesso aos menores, atenta, evidentemente contra a formação mental e moral da adolescência mormente em se levando na devida consideração os trejeitos e atitudes escandalosas dos que dançam o rock’n’roll . Outra proibição levada a efeito pelo Juizado de Menores, é o uso de fantasias que deixem à mostra partes íntimas do corpo pelos menores de 18 anos.

Não resta dúvida, que se as autoridades responsáveis pela manutenção da boa ordem educativa de nosso povo se opõe à prática dessa ‘diversão’,  é porque a coisa é ainda mais grave do que parece à primeira vista.

Fazem bem as autoridades que assim agem, tentando salvar nossa mocidade, nossas filhas e irmãs, de conseqüências funestas e lamentáveis, decorrentes dessa perigosa e louca dança ‘moderna’

'Rock'n'Roll Fantasy' foi uma revista-musical trazida ao Rio e São Paulo direto do Paramount Theater de Brooklyn em 1957. Foi o primeiro 'act' de rock a se apresentar no Brasil. A Revista do Radio de 23 November 1957 dá a notícia, mas pensa que se trata de um 'conjunto'. 
No Mexico, o rock'n'roll era visto como 'inimigo' pelos artistas locais. Em 'Los chiflados del rock'n'roll', Elvis se torna alvo das espingardas dos Mariachis com a mensagem bem clara: 'Que morra Elvis Presley'!
Elvis Presley, o Rei do Rock'n'roll brinca com Leny Eversong nos estudios da CBS de New York, em 6 Janeiro 1957, tendo Ed Sullivan como platéia.
Carlos Gonzaga was 32 years old when he recorded a cover of Paul Anka's 'Diana' in Portuguese and gets to #1 in the charts in 1958.
Even though Carlos Gonzaga's cover of 'Diana' sung in Portuguese had reached #1 in the charts, EMI-Odeon released a single in late 1958, with Tony Campello singing 'Forgive me' on the A-side and his younger sister Celly Campello with 'Handsome boy' on the flip-side. Both songs were written by blind-accordion player Mario Gennari Filho with words in English by Celeste Novaes. That must have given Miguel Vaccaro the idea that rock'n'roll records in Brazil were only successful if they were recorded in English. 
In March 1959 EMI-Odeon release 'The secret' (sung in English) b/w 'Estupido cupido' (Stupid cupid) with Celly Campello singing the Neil Sedaka song in Portuguese; even though 'The secret' was the A-side Brazilian disc jockeys all around the country chose to play the flip-side 'Estupido cupido' which shot to Number One in the charts ending the year as the best selling record of 1959. That proved beyond any shade of doubt that Brazilians (like everyone else around the globe) liked to listen to songs they could understand the lyrics. 
Em 1959, Celly Campello leva 'Estúpido cupido', a versão de 'Stupid cupid' de Neil Sedaka, para o 1o. lugar das Paradas de Sucessos no Brasil. O rock'n'roll tinha chegado para ficar. 
Dolores Duran conversa com Tony Campello em programa de TV em 1959, quando o rock já estava bem estabelecido no Brasil. Dolores gravou 'Love me forever' em inglês em 1958.

O rock'n'roll é um princípio do fim do mundo! afirma Julie Joy

reportagem de Jeanette Adib para o 'Jornal das Moças' de 9 Maio 1957.

Julie Joy iniciou sua carreira no radio, em 1948, interrompendo-a em 1950, por confessar-se completamente 'enjoada' (ou seria 'enojada'?) do ambiente, porque segundo suas palavras, as coisas estavam um tanto pesadas, entretanto isso não quer dizer que hoje estejam muito melhores.

Julie interpreta músicas norte-americanas e o gênero popular brasileiro, sendo um dos cartazes da Radio Nacional. 'Prefiro cantar músicas brasileiras, porém, no rádio sou mais aproveitada no gênero americano.'

Não gosta de cantar em 'boites'

'Sou franca demais para dizer porque detesto êsse ambiente de trabalho. Acho o público mais mal-educado, que não se detém em jogar fumaça na cara do artista, quando a gente está cantando. Financeiramente compensa, mas também...'

Julie fala de suas gravações na Sinter, de 'Tenderly', a qual interpreta magnificamente, de suas viagens pelo norte do Brasil, de sua vida sentimental etc. Para arrematar, Jeanette Adib pergunta a Julie Joy à queima-roupa:

Já que você é uma excelente intérprete de músicas americanas, o que acha do rock'n'roll?

Julie dispara: 'É um sinal dos tempos. Acho que isso está precedendo às bestas do Apocalipse. Deve ser um princípio do fim do mundo.'

Ellen de Lima, Bill Farr, Ismênia, Esther de Abreu & Julie Joy. 
Jorge Veiga & Julie Joy.
When 'Rock around the clock' (Ao balanço das horas) premiered in Sao Paulo's Cine Paulista police cars had to be summoned to curb the enthusiasm of the teens.
teen-agers queue up to watch 'Ao balanço das horas' (Rock around the clock) at Cine Paulista in S.Paulo. 

2 comments:

  1. Hi, Jack M...thanks for visiting the page... and thanks for your comment...

    ReplyDelete